O 1º de Maio é, mais do que uma data simbólica, um grito histórico de resistência e de enfrentamento. Não é feriado para descanso, é feriado de memória e combate. Foi conquistado com o suor e o sangue de trabalhadores e trabalhadoras que ousaram levantar a voz contra a exploração, contra jornadas exaustivas, contra o desrespeito à dignidade humana. E hoje, essa data precisa ser resgatada com sua verdadeira potência: como um marco de mobilização da classe trabalhadora por um mundo mais justo.

No Brasil, a realidade da classe operária continua marcada por desigualdade, adoecimento e jornadas que sufocam. Entre essas violências cotidianas, a escala 6x1 tem se mantido como uma das mais perversas. Imposta em diversos setores da indústria, ela esvazia os domingos em família, rouba o tempo de lazer, consome a saúde física e mental dos trabalhadores. Trabalhar seis dias seguidos para descansar apenas um não é progresso — é retrocesso. É uma afronta à vida.

Neste Dia do Trabalhador, a FITIASP ergue a bandeira da luta contra essa escala brutal e desumana. Não há dignidade sem descanso, não há produtividade sustentável sem respeito ao corpo e à mente do trabalhador. A jornada 6x1 é um modelo ultrapassado que perpetua o adoecimento e o esgotamento, e é por isso que ela precisa acabar. Nossa luta é por mais do que direitos, é por vida.

A Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo tem sido incansável nessa batalha. Temos levado o debate às mesas de negociação, aos tribunais, aos murais de fábrica e, principalmente, às ruas. O enfrentamento à escala 6x1 não é um capricho sindical, é uma urgência coletiva. Estamos falando de saúde, de convivência familiar, de equilíbrio. Estamos falando da possibilidade de viver e não apenas sobreviver.

E aqui é fundamental lembrar: essa não é uma luta apenas da FITIASP, mas de todos os sindicatos trabalhistas sérios e comprometidos com sua base. É papel de cada entidade sindical construir unidade, mobilizar suas categorias e fazer do 1º de Maio uma trincheira de resistência. Não podemos permitir que essa data seja sequestrada por discursos vazios e palanques oportunistas. Ela deve ser devolvida ao povo trabalhador como um dia de reflexão e ação concreta.

A luta contra a escala 6x1 é um dos símbolos dessa resistência. É hora de incendiar corações e despertar consciências. Não aceitaremos mais a lógica da produção acima da vida. Não aceitaremos mais que o lucro esteja acima do descanso. Não aceitaremos que o trabalhador seja tratado como peça descartável.

Hoje, com coragem e convicção, afirmamos: o 1º de Maio precisa voltar a ser um dia de luta real. Que cada sindicato, cada dirigente, cada trabalhador e trabalhadora compreenda seu papel nesse movimento. Que cada fábrica, cada chão de produção, cada refeitório se torne um espaço de conscientização. A escala 6x1 não será derrotada por decreto ou por boa vontade patronal. Ela será derrotada com organização, com pressão, com mobilização.

A FITIASP seguirá na linha de frente dessa batalha. E ao lado de cada sindicato combativo, de cada companheiro e companheira que acredita na transformação social, manteremos acesa a chama do 1º de Maio. Porque lutar não é apenas necessário — é um dever histórico. E nós não fugiremos dele.

Fortaleça seu sindicato!