Feministas unidas contra a escala 6x1 e pela dignidade das trabalhadoras
- David Paiva
- há 2 dias
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Na noite desta última terça-feira (1º), a sede da APEOESP, no centro de São Paulo, foi palco de um importante ato político que reuniu lideranças sindicais, movimentos populares e feministas para debater e denunciar os impactos da escala 6x1 na vida das mulheres trabalhadoras. Com o título “Feministas pelo fim da escala 6x1 e por direitos trabalhistas”, o evento foi organizado por representantes do Movimento de Mulheres Olga Benario, que constroem a articulação “8 de Março Permanente”, e trouxe à tona a urgência de enfrentarmos a lógica produtiva que esgota corpos e destrói lares.

A atividade teve início com uma recepção coletiva, com alimentos acessíveis e inclusivos (veganos e sem glúten), e seguiu com uma rica programação de falas e debates. Entre as presentes, estiveram nomes de peso do movimento sindical: Elaine, dirigente do STILASP e dirigente da FITIASP, contribuiu com uma análise sobre os efeitos perversos da jornada exaustiva na saúde física e mental das trabalhadoras da indústria.
Também participaram Vânia, da Marcha das Mulheres Negras, Lígia, militante da Unidade Popular (UP) e do Movimento Luta de Classes, Renata, da CSP-Conlutas, Milza, da Intersindical, Nájila, assistente social do Centro POP/CRESS-SP, e Junéia Batista, ex-secretária de Mulheres da CUT. Cada fala revelou a diversidade de experiências e a potência de uma pauta comum: a luta das mulheres contra a precarização do trabalho e pela construção de uma sociedade mais justa.
Durante os debates, foi consenso que a escala 6x1 — imposta por muitos setores da indústria e comércio — representa um modelo de exploração que retira o direito ao descanso digno, afasta as mães de seus filhos e nega às trabalhadoras o acesso ao lazer, à cultura e ao convívio familiar. Para as mulheres, esse modelo é ainda mais cruel, pois se soma à histórica sobrecarga com os cuidados do lar.
A presença de representantes da saúde, da educação, da assistência social e de diferentes centrais sindicais — como CUT, CSP-Conlutas e Intersindical — reforçou que essa não é uma luta isolada. A unidade entre o movimento feminista e o movimento sindical é essencial para barrar retrocessos e garantir que o trabalho não custe a vida das mulheres.
O evento também destacou a atuação do movimento VAT – Vida Além do Trabalho, que vem denunciando nacionalmente a normalização de jornadas exaustivas e defendendo políticas que coloquem a dignidade humana acima do lucro.
A FITIASP parabeniza o Movimento de Mulheres Olga Benario pela iniciativa e reforça seu compromisso com a luta pelo fim da escala 6x1. Que mais mulheres possam se somar a essa jornada por trabalho digno, tempo livre e vidas que valem a pena ser vividas.
FITIASP, sempre presente!