top of page

Dia das Mães: uma homenagem às lutadoras que sustentam o trabalho, a família e a esperança

O Dia das Mães, celebrado hoje em todo o país, é comumente retratado como uma data de afeto, flores e homenagens. No entanto, para nós da FITIASP, essa data é muito mais do que simbólica: é um lembrete da luta diária de milhares de mulheres que sustentam não apenas seus lares, mas também a produção, a economia e os direitos sociais de todos os brasileiros.


Por trás do romantismo vendido em comerciais e vitrines, existe uma realidade dura, frequentemente invisibilizada: a da mãe trabalhadora, que enfrenta jornadas duplas e triplas de trabalho, condições precárias de emprego e uma sociedade ainda marcada por desigualdades estruturais de gênero.


De acordo com dados do IBGE, as mulheres brasileiras dedicam, em média, 21,3 horas semanais a afazeres domésticos e cuidados com pessoas, enquanto os homens dedicam 11 horas. Quando se trata das mães solo, esse número é ainda mais alarmante. Segundo estudo da Fundação Oswaldo Cruz, 56% das mães solo no Brasil vivem em situação de insegurança alimentar, o que demonstra a sobrecarga e a vulnerabilidade dessas mulheres, mesmo quando estão inseridas no mercado de trabalho.


É preciso lembrar que, além das tarefas domésticas e do cuidado com filhos, essas mulheres também ocupam posições fundamentais nas indústrias de alimentação, frigoríficos, usinas e tantos outros setores onde a base da produção depende da força de trabalho feminina. E mesmo com sua contribuição essencial, muitas vezes não têm acesso a creches, sofrem com a informalidade, enfrentam assédio moral ou sexual no trabalho e têm salários menores do que os dos homens na mesma função.


Essas desigualdades não são fruto do acaso. São resultado de um modelo social e econômico que desvaloriza o trabalho, invisibiliza o cuidado como um pilar da sociedade e se recusa a enxergar a maternidade como um direito coletivo, e não apenas um fardo individual. O capitalismo patriarcal impõe a ideia de que a mulher deve ser multitarefa, forte, incansável — e ainda assim sorridente.


Mas nós sabemos que essa narrativa é cruel. Ser mãe e trabalhadora no Brasil é um ato de resistência. É lutar todos os dias por tempo, dignidade, proteção social e respeito. É exigir políticas públicas que garantam a ampliação da licença-maternidade, a valorização do cuidado, o direito a creches públicas e de qualidade, a fiscalização rigorosa do combate ao assédio no trabalho, a equiparação salarial e a redução da jornada sem redução de salário — especialmente para quem já enfrenta jornadas exaustivas em casa e fora dela.


A FITIASP entende que não basta parabenizar as mães. É preciso estar ao lado delas nas lutas diárias. É preciso construir, junto aos sindicatos e movimentos sociais, uma sociedade mais justa, onde a maternidade não seja uma sentença de sobrecarga e abandono, mas uma escolha sustentada por direitos e acolhimento.


Neste Dia das Mães, queremos reafirmar nosso compromisso com todas as trabalhadoras da alimentação e de setores afins. Queremos que cada mãe, cada mulher que cuida, que luta, que levanta cedo para trabalhar e ainda encontra tempo para amar, ensinar, alimentar e proteger, se sinta valorizada não apenas com flores, mas com conquistas concretas.


A luta das mães trabalhadoras é a luta de toda a classe trabalhadora. Não há futuro digno sem justiça para quem gera e sustenta a vida.


FITIASP, sempre presente!

FITIASP | Avenida Celso Garcia, 1588 | Belém | São Paulo - SP CEP 03014-000 | (11) 3019-3966

bottom of page